quarta-feira, 30 de julho de 2008

A Metrologia como Geradora de Informações para Qualidade

A informação usada no gerenciamento dos processos de produção é gerada principalmente pela inspeção. A inspeção pode ser definida como “... o processo de medir, analisar, ensaiar ou comparar de qualquer forma uma unidade de produto com os requisitos aplicáveis”. A inspeção pode ser classificada em inspeção por atributos ou atributiva e inspeção por variáveis. A primeira delas opera na detecção de eventos contáveis, isto é, a presença ou não de certo atributo do produto, geralmente uma falha ou defeito. Na maioria das vezes, a inspeção atributiva é baseada na comparação direta de certas características do produto com padrões físicos, por exemplo, na inspeção com calibradores P-NP (passa/não-passa). Esse tipo de inspeção já foi o alicerce do controle da qualidade no início da manufatura industrializada, mas apresenta fortes limitações na hora de aplicar técnicas de controle de processos. Por isso, mas também devido ao avanço tecnológico dos sistemas de medição, ela está sendo progressivamente substituída pela inspeção por variáveis.

A inspeção por variáveis é baseada em dados obtidos pela medição e a comparação com os limites de especificação se realiza de forma numérica. Pode ser aplicada às características da qualidade de produto, mas também aos parâmetros de controle dos processos de fabricação. Este tipo de inspeção é a que melhor se adapta às necessidades do controle de processos, permitindo alcançar o ideal de operar no alvo com variação mínima.

Desta forma, a medição torna-se imprescindível para o cumprimento dos objetivos da empresa no que diz respeito à qualidade. No entanto, ela também é um processo e, como tal, apresenta variação. Essa variação pode ser caracterizada a partir do desvio existente entre o resultado da medição e o valor verdadeiro da característica sob análise (valor do mensurando), denominada de erro de medição. Assim, os dados usados na garantia da qualidade de produto e processo não descrevem a qualidade produzida, mas fornecem uma imagem distorcida da mesma.

Quanto maior seja o erro de medição com relação à variação do processo, menor será a efetividade das ações tomadas a partir dos dados. Esse efeito é diferente dependendo da técnica usada para pós-processamento dos dados brutos. No caso da inspeção seletiva, pode-se esperar a aceitação de produto não-conforme e a rejeição de produto conforme. No CEP, o erro de medição afeta a distância e posicionamento dos limites de controle, reduzindo a capacidade dos gráficos de controle para detectar mudanças no processo e alterando a probabilidade de alarmes falsos. A avaliação de capacidade dos processos também é afetada pela medição, através da mudança no valor estimado dos índices de capacidade.

Trecho retirado da dissertação de mestrado deste autor: "Desenvolvimento de um sistema informatizado para suporte à garantia da qualidade com foco na pequena empresa".

sábado, 26 de julho de 2008

Áreas de Atuação do Metrologista

A demanda por Metrologistas no mercado atual é crescente, principalmente para atuar em áreas relacionadas à Metrologia Industrial. Com pressões cada vez maiores de clientes, e organismos certificadores, as empresas tem buscado cada vez mais este tipo de profissional. E o melhor de tudo: a busca por profissionais qualificados também aumenta.

Embora a Metrologia Industrial seja o impulsionador deste tipo de mercado, outras áreas da Metrologia são "puxadas por ela", e o Metrologista, que pode atuar em diversos segmentos, tem um mercado bastante amplo e cheio de opções, como mostra o vídeo do Sr. Antônio Cortazzo.



Cabe destacar que a demanda por profissionais qualificados também está aumentado, e portanto, precisamos nos qualificar e ficar atentos as necessidades do mercado.

sexta-feira, 25 de julho de 2008

A Importância da Metrologia Industrial

A Metrologia Industrial nada mais é que o emprego da Metrologia no chão-de-fábrica, visando controlar as especificações técnicas ou o processo de fabricação de um produto, se tornando um elemento principal para a Garantia da Qualidade.

A maioria dos leitores deve conhecer a célebre frase de Lord Kelvin (1824-1907): "Quando consegues quantificar aquilo de que falas, e expressá-lo numericamente, então sabes algo sobre o assunto; mas quando não o consegues quantificar, quando não o consegues expressar numericamente, o teu conhecimento sobre isso é vago e insatisfatório...".

Em outras palavras, podemos resumir: "Só o que é mensurável pode ser melhorado". E sem sombra de dúvidas, melhorar continuamente é o caminho da sobrevivência das empresas, impulsionado pela necessidade de satisfazer o "cliente", que assume uma posição determinante no direcionamento dos mercados e na determinação dos produtos que serão produzidos.

Medir torna-se, portanto, um elemento central nas ações em busca da satisfação do cliente e na conquista de espaços maiores no mercado. Medir viabiliza quantificação das grandezas determinantes à geração de um bem ou serviço, subsidiando com informações o planejamento, a produção e o gerenciamento dos processos que o produzem.

Adaptado de
http://www.sebrae-sc.com.br/sebraetib/Hp/conceitos/metrologia/metroindustrial.htm

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Um Pouco da História da Metrologia

Metrologia é uma palavra de origem grega - metron: medida e logos: ciência - e que por definição é a ciência que abrange todos os aspectos teóricos e práticos relativos às medições, qualquer que seja a incerteza em qualquer campo da ciência ou tecnologia. Sua história é antiga e, ao longo do tempo, tem ocupado espaço relevante não somente na Física, mas também nas demais ciências, sendo considerada por alguns autores como ‘ciência básica’.

Tudo começou quando na antigüidade percebeu-se a necessidade da criação de unidades de medida que permitissem as trocas e o comércio de mercadorias. Sabe-se que a história do progresso do homem também está estreitamente relacionada ao progresso na ciência da medição, já que em certo momento, ele percebeu que para sua medição fazer sentido era necessário que estivesse de acordo com as medições executadas pelos outros homens, tornando necessária a adoção de padrões que reproduzem as unidades de medidas.

Porém, a necessidade de medidas-padrão tomou força quando os homens iniciaram negócios em grande escala, na construção de casas, navios e utensílios em geral. Feitos dos Romanos, Hebreus e Fenícios também já mostram a utilização dessas medidas-padrão, até a invasão à Europa por tribos bárbaras, provocando um retrocesso significativo no conhecimento adquirido pelo homem. Somente muito tempo depois que, então, os reis saxões reintroduziram os sistemas de medida e padrões unificados.

No que se refere às unidades de medida adotadas durante o período colonial no Brasil, o quadro é idêntico ao encontrado em Portugal na mesma época, onde a vara, a canada e o almude eram as medidas de uso mais comum, mesmo que seu valor variasse de região para região. No entanto, a primeira menção expressa à atividade metrológica, em documentos coloniais, refere-se precisamente à fiscalização do funcionamento dos mercados locais, atividade do almotacé.

A história da metrologia no Brasil, porém, inicia-se de fato no tempo do Império, em função da necessidade de uniformizar um sistema de unidades de medida. Contudo, a formalização de mecanismos de proteção de produtores e consumidores, é um fato recente, com a criação do Instituto Nacional de Pesos e Medidas em 1961, que implantou a rede Nacional de Metrologia Legal e instituiu, no País, o
Sistema Internacional de Unidades (S.I.). Em 1973, através da Lei 5.966, foi instituído o Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial, SINMETRO, com a finalidade de formular e executar a política nacional de metrologia, normalização industrial e certificação de qualidade de produtos industriais. Como órgão normativo do Sistema, foi criado, no âmbito do Ministério da Indústria e do Comércio, o Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial – CONMETRO; e o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial – INMETRO, órgão executivo central do Sistema.

Um pouco mais sobre a formalização destes mecanismos pode ser encontrado
aqui.